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MINICURSOS        

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OBS: Os links para ingressar nas salas virtuais serão enviados por e-mail aos participantes dias antes do evento. 

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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS


ST 01. O antigo Mato Grosso: transformações socioeconômicas, políticas e ambientais (séculos XVIII-XX)

Jocimar Lomba Albanez (UEMS) e Paulo Roberto Cimó Queiroz (UFGD)

Resumo: Serão aceitos neste simpósio trabalhos dedicados ao estudo das transformações verificadas no espaço correspondente aos atuais estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, desde o século XVIII até o XX, envolvendo temas como: 1) vias e meios de transporte e comunicação; 2) atividades e estruturas produtivas e respectivas relações de trabalho e fluxos comerciais; 3) movimentos migratórios, correntes de povoamento, políticas de terra e processos de colonização; 4) relações entre grupos humanos e o meio ambiente, em seus aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais. Serão também aceitos trabalhos que, tendo em conta o fato de se tratar aqui de uma área fronteiriça, busquem estudá-la como local de encontro de alteridades e palco de relações tanto pacíficas como conflituosas - enfocando, por exemplo, iniciativas locais, projetos estatais, conflitos políticos ou bélicos e suas peculiaridades e implicações regionais, nacionais e transfronteiriças.


ST 02. Estudos Interdisciplinares sobre a Antiguidade: novas perspectivas para o ensino e a pesquisa

Carlos Eduardo da Costa Campos (FACH - MuArq - UFMS / PROFHIST-UEMS) e Leandro Hecko (CPTL - UFMS / PROFHIST-UEMS)

Resumo: O estudo sobre as práticas culturais da Antiguidade figura como um poderoso instrumento de reflexão para os pesquisadores e discentes contemporâneos, pois possibilitam o alargamento de visões acerca de aspectos antropológicos do cenário atual. Logo, as pesquisas sobre esse vasto Mundo Antigo nos permitem tecer uma pluralidade de perspectivas no que tange ao próprio papel humano no meio social, tanto da Antiguidade, quanto do mundo contemporâneo. O Simpósio Temático "Estudos Interdisciplinares sobre a Antiguidade" visa congregar estudiosos de História Antiga, Arqueologia Clássica, Museologia, História da Arte, Letras Clássicas, Estudos Clássicos e Filosofia Clássica para apresentarem o estado atual de suas investigações. Essa atividade também visa socializar com estudantes, professores da rede básica e a comunidade interessada as pesquisas científicas sobre Antiguidade.


ST 03. História e ensino de História na Abya Yala: formas de democracias, autoritarismos e resistências

Ana Paula Squinelo (UFMS), André Mendes Salles (UFPE) e Azemar dos Santos Soares Júnior (UFRN)

Resumo: O processo histórico que marca Abya Yala, a América Latina, é tangenciado pelas tensões entre a herança colonial, os processos de lutas e de resistências, por períodos democráticos e, infelizmente, também por momentos em que vários setores latino-americanos flertam com as mais diversas facetas dos autoritarismos. Tais oscilações influenciam e determinam a vida cotidiana de cada cidadão e cidadã. Nesses cenários, o Ensino de História, a História e outras áreas das ciências humanas e sociais como a Arte, Geografia, Filosofia, Sociologia, etc. ficam à mercê de políticas educacionais que ora lutam em prol da consolidação dos pressupostos democráticos, ora flertam com os pressupostos autoritários. Vide o que vivenciamos contemporaneamente no cenário educacional brasileiro. Sendo assim, esse Simpósio Temático tem por objetivo discutir e problematizar aspectos diversos sobre questões que versem a respeito da educação latino-americana: manuais/narrativas didáticas, conflitos, imagens, saúde, currículos, políticas educacionais, práticas educativas, propostas educacionais, gênero, literatura, cinema, música, intelectuais, teatro, as "escritas de si", o bicentenário da independência brasileira, historiografia, estudos comparativos, etc. Pretendemos assim acolher propostas que busquem investigar a Abya Yala em seu contexto diverso, amplo, múltiplo e que dos debates possam emergir distintos sujeitos e diferentes vozes latino-americanas. Vozes que resistem. Resistências ao colonialismo e toda sua herança.


ST 04. Independência do Brasil: farsa ou tragédia?

Andrea Gomes Bedin (PUC-SP)

Resumo: O tema "Independência do Brasil" ainda é uma incógnita. Por séculos assistimos à construção de um processo independentista que se articulou em função de um jogo político e econômico de interesses externos e internos ao país, com resultados pouco expressivos para aquele que, de fato, almejava emancipar-se: o Brasil. Tendo em vista as muitas transformações e oscilações que interferem na construção de nossa real identidade, é imperativo rediscutir este tema e analisá-lo à luz do presente século, dos agentes envolvidos e das contradições e questionamentos que surgem a cada ano. Enquanto farsa ou tragédia, a Independência se apresenta como um processo inacabado, passível de discussões e debates, num momento tenso da História do país. Deste modo, convidamos à submissão de trabalhos e pesquisas que dialoguem sobre as circunstâncias do processo independentista, seus agentes e variáveis, no tempo e na história, bem como a construção de uma identidade nacional, as discussões historiográficas necessárias, entre outros, com acento nas questões que apontem para uma historicização mais apurada de nosso tema.


ST 05. História Indígena e do Indigenismo

Éder da Silva Novak (UFGD) e Thiago Cavalcante (UFGD)

Resumo: O simpósio temático congregará trabalhos que se situem nos campos da História Indígena e História do Indigenismo, que tematizam ações e representações de grupos indígenas e de instituições indigenistas, concernentes às relações interétnicas, às lutas pelos territórios, ao patrimônio simbólico/cultural, ao ensino escolar (em escolas indígenas e não indígenas) e às transformações socioculturais inerentes ao processo histórico. A História Indígena tem se desenvolvido enquanto saber historiográfico no Brasil desde o final dos anos de 1980. Os trabalhos abordam a história com enfoque especial no olhar do indígena, nesse sentido, o protagonismo do indígena enquanto agente histórico é elemento fundamental, contribuindo para reformular ideias e pensamentos sobre os conhecimentos e presença da grande diversidade étnica, cultural e linguística desses povos, bem como para desconstruir estereótipos e preconceitos que perduram após 500 anos de contato. Junto à História Indígena caminham os estudos sobre a História do Indigenismo, ou seja, a análise das relações e políticas desenvolvidas pela sociedade não indígena com alvo nos povos indígenas. Nesse bojo estão as políticas públicas, tais como: saúde, educação, previdência social, ações afirmativas, demarcação de terras, entre outras, e iniciativas de organizações não governamentais. O ensino de História Indígena para não indígenas é outro aspecto relevante enquanto política de ação afirmativa que tem suscitado diversas iniciativas de pesquisa e extensão que poderão ser discutidas nesse simpósio. Os campos são vastos e complexos, isso faz como que a interdisciplinaridade e a diversidade de metodologias sejam exigências, mais do que opções. O simpósio tem como objetivo principal o debate entorno da produção historiográfica que tenha os povos indígenas como elemento agregador.


ST 06. Memórias regionais, mulheres e Ensino de História: Dos espaços de aprendizagem às narrativas

Adriana Aparecida Pinto (UFGD), Jaqueline Ap. Martins Zarbato (UFMS), Nelson Barros Júnior (UFMS) e Silvia Ayabe (UFGD)

Resumo: Esse simpósio tem como objetivo congregar estudos, pesquisas e experiências de profissionais da área de História, Educação e afins, no sentido de problematizar as abordagens sobre memórias regionais, história das mulheres e ensino de história. Isso porque envolvem as diferentes concepções de ensinar e aprender História, seja em espaços formais de aprendizagem ou espaços não formais. E que envolvam as narrativas sobre lugares, sobre saberes, sobre as fontes históricas que contribuem na formação da consciência histórica. A memória em si esta ligada à aprendizagem, ou a uma função e experiência aprendida no passado, faz parte de uma preocupação básica com a sociedade. E fundamenta a relação com a História, na medida em que nos ajuda a compreender as diferentes narrativas históricas. A proposta do ST é mobilizar a produção de conhecimento que envolvam os saberes, experiências, concepções, fontes, argumentos. Compreendendo o ensino de história como propulsor de diálogos e pesquisas que ampliem a sistematização do conhecimento sobre o ponto de vista da didática da história, da história da educação, das metodologias ativas, das análises e leituras de fontes históricas. E que contribuam para (re) pensar a ampliação do fazer histórico.


ST 07. Música e Cinema como objetos de pesquisa na História: interseções e possibilidades

Geovano Moreira Chaves (IFMS)

Resumo: As análises das gêneses e dos itinerários das significações da música e do cinema têm reconstruído relações que estes estabelecem com práticas artísticas e políticas variadas, que resultam em diversas formas de comunidades de interpretação e (re)significação musical e fílmica. Entender como as atividades musicais e cinematográficas são produzidas, a partir de quem e por que, assim como suas circulações no meio social, sobretudo as que giram em torno das músicas, como estilos, grupos, linguagens, modas, mensagens, entre outros, e dos filmes, como linguagens, estéticas, alegorias, representações, narrativas, mensagens, publicidade, entre outros, podem proporcionar novas formas de pensamentos e compreensões teóricas pautadas à relação da música e do cinema com o meio, com o tempo e com a História. Neste sentido, este seminário temático pretende reunir trabalhos que abordem as iterações entre a construção do conhecimento histórico, a música e o cinema em seu sentido amplo, destacando seus momentos de produção e difusão, capazes de estabelecerem relações entre o áudio e o visual no âmbito do conhecimento discursivo. Desta maneira, esperamos que este seminário temático proporcione, por meio de abordagens variadas sobre os usos da música e do cinema no âmbito da construção do conhecimento histórico, ou de sua ressignificação, diálogos e trocas de ideias, no intuito do enriquecimento das possibilidades de se lidar com a música e com o cinema como fonte de pesquisas. Por meio deste Simpósio Temático pretende-se organizar uma rede de pesquisadores-as em Música e Cinema na História e nas Ciências Humanas, Sociais e Linguagens, de modo a possibilitarmos outros projetos.


ST 08. Imprensa e História: diálogos entre o saber histórico e os locais de memória da Imprensa

Fábio da Silva Sousa (UFMS)

Resumo: Já consolidadas na produção historiográfica, as fontes impressas (jornais, revistas, folhetins e outros) atualmente são fontes e objetos importantes na construção do passado social, político e cultural de cada sociedade. A partir disso, o presente ST "Imprensa e História: diálogos entre o saber histórico e os locais de memória da Imprensa", tem como objetivo constituir um espaço de diálogo e troca de saberes de pesquisas, em andamento ou concluídas, de graduação, mestrado e/ou doutorado, que utilizem a imprensa como fonte e objeto de pesquisa, como apresentado por Tania Regina de Luca, em aproximação com o saber histórico. Entende-se a imprensa impressa, constituída por jornais, revistas, folhetins, fanzines e outros, como um Local de Memória, conceito elaborado por Pierre Nora, no qual em suas páginas, temos a oportunidade de visitar e problematizar uma memória escrita de acontecimentos, narrativas e fatos que foram importantes para serem registrados. Somado a concepção de Locais de Memórias, o estudo das fontes impressas apresenta para o saber historiográfico, o desafio de valer-se de saberes interdisciplinares, no qual as mediações culturais, linguagens, comunicações e outros conhecimentos são importantes para a investigação desse veículo informacional cultural, muitas vezes produzidos no "calor do momento". Serão aceitas para a presente proposta de diálogo, pesquisas em jornais, revistas, fanzines e outros meios impressos de comunicação, sejam eles da grande imprensa (Ex. Veja, OESP, Folha de S. Paulo), alternativas (Pasquim, O Lampião da Esquina), culturais, literárias, comunistas (Ex. A Classe Operária), anarquistas (Ex. A Plebe), que trabalhem com o Brasil e América Latina, do Século XIX ao XXI.


ST 09. Narrativas Oficiais e Histórias Insurgentes: a memória como fonte na construção de outras histórias no Brasil Contemporâneo

Cátia Franciele Sanfelice de Paula (UNIR), Débora Ferreira Borges Barbosa (UEMS) e Maria Rita de Jesus Barbosa (PUC/SP)

Resumo: A partir de registros de memória oficiais proposta neste Simpósio convidamos a todos os pesquisadores (as) que tem se dedicado à temática História e memória, a submeterem suas propostas a fim de trocarmos experiências de pesquisa sobre esse campo de atuação. O principal objetivo é evidenciar e discutir os diferentes registros de memória de cunho oficial, notadamente, àqueles produzidos pelo Estado, por instituições, agências e organizações, atentando para as inúmeras outras memórias e histórias que tais registros evidenciam para a construção historiográfica no Brasil Contemporâneo. O presente Simpósio justifica-se pela possibilidade de socializar experiências de pesquisas diversas, cujo interesse se volta a problematização e desconstrução de memórias e histórias oficiais que se perpetuam de forma naturalizada. Nesse ínterim, tais abordagens contribuirão para ampliar nosso olhar acerca da história brasileira, num contexto marcado pelo negacionismo histórico e científico. A finalidade do Simpósio é reunir pesquisadores preocupados com a temática, a fim de contemplar múltiplas experiências de pesquisa e diferentes perspectivas analíticas em torno da relação entre história e memória cujas interpretações teóricas compreendam o passado enquanto marcador de tempos e espaços sobrepostos, atentas à dimensão pungente da memória.


ST 10. Violência, crime e políticas de repressão do estado como objetos de reflexão histórica

Flávio Santos do Nascimento (UFF) e Marcos Santana de Souza (UFS)

Resumo: A violência, o crime e a forma como o Estado classifica e reprime a criminalidade são fenômenos sociais que assumem diferentes facetas ao longo da História e, por isso, acabam por constituírem motes privilegiados para a construção de interpretações sobre os momentos históricos em que estão localizados. Este Simpósio Temático busca agregar pesquisas que busquem refletir sobre os sentidos e significados da violência e a criminalidade, principalmente quando localizadas em tempos históricos de transição, marcados por rupturas, como, por exemplo, os anos finais da escravidão e os anos pós abolição, o período pré ou pós-golpe civil-militar de 1964, entre outros. Intenta também reunir pesquisas que discutam a atuação do Estado através de suas instituições (a força policial, o sistema judiciário, o sistema prisional, dentre outras) diante de práticas consideradas criminosas. O exercício dialógico de relacionar as reflexões sobre violência, crime e repressão estatal aos contextos sociais, políticos, econômicos e intelectuais de cada recorte temporal podem ampliar a potencialidade interpretativa destas pesquisas. Desse modo, este simpósio poderá congregar trabalhos que abordem as agências, os discursos e as representações relacionados à repressão e aos grupos sociais considerados perigosos a partir de perspectivas teórico-metodológicas diversas, bem como de recortes temporais diversos.


ST 11. Quem faz a história? Usos do biográfico para a escrita e o ensino de história

Andréa Camila de Faria Fernandes (NUBHES-UERJ), Claudia Patrícia de Oliveira Costa (SEEDUC-RIO) e Lívia Beatriz da Conceição (UERJ)

Resumo: Em A sociedade dos indivíduos, Norbert Elias (1994) afirma que nem indivíduo nem sociedade existem um sem o outro. Haveria nesse sentido, de acordo com o referido autor, uma inter-relação dinâmica, uma contínua interação entre o indivíduo e a sociedade, pois esta seria formada por indivíduos, e estes seriam constituintes da sociedade, não sendo possível considerar essas categorias separadamente, estando ambos inexoravelmente imbricados. Colocar-se-ia em cheque com isso, prossegue Elias, uma ilusória auto referencialidade do sujeito, aquilo que Leonor Arfuch (2010), em alusão a Mikhail Bakhtin, chama de "razão dialógica", numa crítica à ideia de que um sujeito se faz por ele mesmo. Haveria, nesse ponto de vista, uma relação de interdependência, de complementaridade, entre o indivíduo e o grupo social, e qualquer abordagem sobre o eu precisaria estar atenta, para Arfuch, a este "dialogismo". Simplificadamente, o eu só pode ser compreendido a partir de sua relação com o(s) outro(s). Tomar as singularidades das ações e das experiências individuais como questão é perceber assim, o indivíduo na história apenas por meio de sua rede de relações. É trabalhar com a perspectiva de sua função mediadora e com o fato de que há uma margem de liberdade de ação, como nos alerta Giovanni Levi (LEVI in AMADO & FERREIRA, 2006), mesmo que restrita e incerta, de todo ator/indivíduo social dentro do incoerente e conflituoso sistema de normas. Sustenta-se assim a concepção de que as estruturas normativas não existem para além da experiência vivida, mas sim são produzidas e negociadas nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Trazer à cena as ações individuais é prestar atenção, nessa perspectiva, ao jogo relacional no qual o sujeito a ser investigado esteve envolvido. A viabilidade de realização ou não dos projetos de um determinado agente histórico dependeria, nesse sentido, de outros tantos projetos individuais e/ou coletivos. Redes de dependência e de reciprocidade num contexto percebido nesses termos como campo de possibilidades, tal como problematizado por Gilberto Velho (1994). Tendo estes referenciais em mente, entendemos que um personagem/ator individual pode ser tomado como o fio condutor de uma trama plural de relações e de experiências sociais e/ou individuais que, assim como ele e seus projetos, constantemente se redefinem, e que a análise de vidas individuais nos permitem mapear a complexa trama da construção social/histórica. Assim, o objetivo do presente simpósio é reunir trabalhos que apostem no (auto)biográfico, e nas chamadas escritas de si (biografias, autobiografias, cartas, diários...) como metodologia e fonte para a narrativa histórica, sobretudo quando estes documentos e estudos mobilizarem vidas e vozes silenciadas, de indivíduos ditos comuns, e de grupos socialmente marginalizados, como negros, mulheres, indígenas e LGBTQIA+, e quando nos permitirem explorar as potencialidades dos usos de histórias de vida para uma reeducação das relações étnico-raciais no Brasil visando práticas antirracistas (NASCIMENTO, 2019; AMANCIO, GOMES & SANTOS JORGE, 2014; GRINBERG, ABREU & MATOS, 2019; MUNANGA, 2008; PEREIRA, 2014; XAVIER, 2019). Serão bem vindos também, trabalhos que mobilizem os usos do (auto)biográfico como possibilidades para o ensino de história.

ST 12. Espaço rural, populações tradicionais e as políticas de Estado

Adriana Mendonça Cunha (Casa de Oswaldo Cruz; PPGHCS/COC/Fiocruz), Benedito Emílio da Silva Ribeiro - (Museu Paraense Emílio Goeldi; PPGDS/MPEG) e Carolina da Cunha Rocha (Escola Nacional de Administração Pública; ENAP)

Resumo: A partir do século XX a política de desenvolvimento nacional e crescimento econômico de muitos países ocidentais era de base tecnocientífica, apoiada em um conhecimento apto a melhorar os defeitos da natureza, transformar a agricultura tradicional, de corrigir as falhas da sociedade e de consertar a economia nacional. No Brasil, foi a partir da Primeira República que, guiada por ideias positivistas, se construiu uma ética de trabalho apta a regenerar e disciplinar os homens inferiores que encontravam-se nos espaços urbanos e no setor rural. Essas ideologias seriam readaptadas no regime Vargas que, influenciado pela racionalidade administrativa dos Estados Unidos e pelo autoritarismo do Estado alemão, passou a considerar a necessidade de recuperar o homem e a mulher do campo/sertão. Por um lado, era necessário instruir os trabalhadores rurais sobre os melhores métodos de cultivo, com base em mecanismos científicos, deixando para trás hábitos tradicionais de plantação. Por outro, os povos indígenas também foram incluídos nessa lógica, sendo a ideia de assistência e nacionalização implantada por diferentes agências governamentais, perpassando o processo pedagógico e de definição de territorialidades e transformando os "selvícolas" em trabalhadores nacionais rurais. Tais ideologias continuariam ativas ainda hoje. Assim, a utilização das teorias da Colonialidade do Poder (Aníbal Quijano) e do Colonialismo Interno (Pablo González Casanova) são profícuas aqui. Afinal, o padrão da colonialidade nunca se desconstituiu e foi internalizado em diversos países, reafirmando hierarquias e criando formas de exclusão. Como explica Rita Segato, as especificidades da experiência continental latino-americana impedem que as teorias marxistas, liberais ou republicanas abarquem a multiplicidade de modos de viver, os interesses e os projetos emancipatórios existentes na região. Logo, não é possível ficar preso apenas nas categorias "eurocentrismo", "proletariado" ou "burguesia" para explicar as diversas lógicas históricas e contemporâneas e suas contingências, em diálogo e contradição no continente americano. A proposta deste ST visa a análise aprofundada sobre o espaço rural brasileiro, na sua diversidade regional e de temporalidades, e as relações e projeções do Estado-nação sobre esse espaço e suas gentes. Se objetiva estudar os diferentes debates, problemas, autores e conceitos relacionados às populações tradicionais no campo-floresta e ao amplo papel do Estado, seja por meio de suas agências, atores e políticas no trato dos rurícolas, de povos indígenas, comunidades negras rurais e quilombolas e outros grupos ligados à ruralidade ao longo dos séculos XX e XXI. Propõe-se que as ideias de modernização e desenvolvimento, impregnadas de teor dualista, devam ser rompidas e que se passe a observar a existência de uma multiplicidade de tempos históricos, de relações territoriais e as diferentes estruturas de existência sociocultural nos trabalhos que comporão o ST, os quais façam referência tanto ao Brasil como a países da América Latina.


ST 13. Museus, Patrimônio Cultural e Memória

Sura Souza Carmo (UFS), Rose Elke DeBiasi (UFS) e Filipe Arnaldo Cezarinho (UFRRJ)

Resumo: A presente proposta de Simpósio Temático tem por objetivo discutir os museus, a musealização, o patrimônio cultural e as políticas de memória a partir de estudos interdisciplinares - História, Museologia, Educação, Arquitetura - considerando coleções museológicas, bens tangíveis e intangíveis como objetos de estudo e fontes para a compreensão de aspectos políticos e sociais no Brasil do século XX ao Tempo Presente. Compreende-se os museus e os bens patrimonializados como expressões, em muitos casos, de políticas sobre a memória ou da nacionalidade, frutos da escolha de grupos hegemônicos, assim como de fricções de movimentos sociais articulados. Apesar de, a partir da década de 1930, no Brasil, haver uma aproximação entre os intelectuais e as classes populares que representam a formação de uma identidade nacional plural, no âmbito patrimonial, as ações de salvaguarda do patrimônio se caracterizavam, contudo, pela salvaguarda de bens culturais que representassem a tradição luso-brasileira. Tal preponderância das políticas de salvaguarda do patrimônio e de memória continuam hegemônicas até a atualidade. Observa-se ainda a necessidade de estudos a respeito das intenções na formação de diferentes coleções museológicas e na ação de tombamento/registro de diferentes patrimônios em atos que consagram determinados bens em detrimento de outros. Ao optar-se por estudos interdisciplinares, o ST - Museus, Patrimônio Cultural e Memória está aberto às perspectivas teórico-metodológicas diversas, objetos e abordagens plurais. Desse modo, serão bem-vindos estudos que versem sobre: I) história da formação de coleções museológicas; II) estudos voltados para a valorização/desvalorização de bens culturais; III) relação Patrimônio e cotidiano; IV) políticas patrimoniais no Brasil; V) Patrimônio e decolonialidade; VI) Saberes populares e Patrimônio Cultural Imaterial; VII) Educação; e VIII) Ensino de História em museus.


ST 14. Territórios e territorialidades: narrativas de diásporas e permanências

Eliene Dias de Oliveira (UFMS), Jiani Fernando Langaro (UFG) e Silvana Aparecida da Silva Zanchett (UFMS)

Resumo: A proposta deste Simpósio Temático é abrir espaço para discutir as pesquisas no campo da territorialidade, abarcando experiências de deslocamentos e diásporas do passado e do presente, bem como as pesquisas que envolvem permanências e modos de vida que tenham o território como conceito central. Nesse sentido, destaca-se o uso de fontes orais, audiovisuais e escritas pessoais, a saber: narrativas orais e a produção social de memórias, histórias orais de vida, fotografias, documentários, narrativas gravadas, documentos privados, cartas e escritas autobiográficas. Nesse sentido, interessa ao ST analisar experiências sociais, econômicas e culturais que se ocuparam em desenvolver ações conjugadas à formação de sujeitos e grupos em contextos e conjunturas de deslocamentos e permanências, contribuindo para a composição de identidades e experiências históricas.


ST 15. Mundos do Trabalho rural e urbano: existências e resistências

Maria Celma Borges (UFMS) e Vitor Wagner Neto de Oliveira (UFMS)

Resumo: É ampla esta temática, compreendendo múltiplas relações de trabalho: formas diversas de trabalho escravo e compulsório, assalariado, entre indígenas, não-indígenas, quilombolas e camponeses, no campo e cidade. Importa discutir existências e resistências de homens e mulheres neste universo, desde a América portuguesa ao tempo presente. A proposição deste Simpósio Temático, segue os princípios delineados no Simpósio do GT Mundos do Trabalho, oferecido nos Encontros da ANPUH-MS desde 2006, espaço que proporciona momentos de debates e formulações enriquecedoras da historiografia.


ST 16. Tempos da história e Imagens do tempo

Eduardo Wright Cardoso (PUC-RJ), Iuri Bauler Pereira (Columbia University; PhD Candidate & Teaching Fellow) e Naiara dos Santos Damas Ribeiro (UFJF)

Resumo: Ainda que constitutivo das ciências históricas, o tempo nunca deixou de se revelar como um objeto fugidio e como uma temática complexa. A despeito de ser o objeto do historiador, as temporalidades se constituíram, na verdade, como uma espécie de "impensável" da disciplina histórica que assim conseguia se manter, paradoxalmente, imune a elas. Nos últimos anos, contudo, é possível acompanhar uma tendência de reversão desse quadro. Num amplo espectro de áreas de pesquisa acadêmica e da produção artística, a perda de sua condição soberana como pressuposto autoevidente levou o tempo da história a se transformar num problema de primeira importância. Isso é perceptível nas múltiplas tentativas de definir, apreender, situar e circunscrever não apenas as temporalidades, mas também as articulações entre presente, passado e futuro. No domínio da teoria e da filosofia da história, ponto de partida da nossa proposta, essa virada em direção ao problema da temporalidade permitiu analisar a ideia de tempo como sendo simultaneamente contingente e resultado de uma escolha regulada por consensos instáveis e mutáveis, destacando, assim, a sua dimensão normativa, artificial e performativa. O que está em jogo aqui é um desafio duplo, ligado tanto à transformação das formas contemporâneas de experimentar o tempo (Hartog, 2013), quanto à rearticulação que ela impõe nos modos de figurá-lo. Afinal, como é possível dizer as temporalidades quando a relação fundamental entre experiência, linguagem e tempo mudou radicalmente nos últimos anos? (Turin, 2019). Diante disso, nos propomos a abordar a questão do tempo histórico, problematizando tanto as estruturas temporais que o constituem, quanto as imagens construídas para a figuração, subversão e fabulação crítica desse objeto fugidio (Hartman, 2020). O Simpósio "Tempos da história e Imagens do tempo" busca acolher trabalhos que discutam as diferentes figurações dos tempos da história e da memória na historiografia, na literatura, no cinema e nas artes plásticas contemporâneas. Em um momento de crise das expectativas que fundamentam a nossa relação com a história como processo e como disciplina, torna-se importante examinar novos modos de constituir, habitar e refletir sobre o tempo. Além disso, temas como o anacronismo, a multiplicidade temporal e o sentido da contemporaneidade (re)adquirem centralidade, na medida em que expõem os limites e as possibilidades relacionadas às articulações heterodoxas entre o presente, o passado e o futuro. A partir de um conjunto amplo de manifestações, pretendemos construir um panorama das discussões contemporâneas sobre as políticas do tempo, tentando problematizar os limites éticos e estéticos das formas de contar e figurar o tempo e simultaneamente enfatizar a emergência de novas imaginações temporais.


ST 17. Ensino de história, tempo presente e usos do passado: saberes e fazeres na pesquisa e na sala de aula

Maria Aparecida Lima dos Santos (UFMS), Fernando Vendrame Menezes (SEMED/Campo Grande) e Suzana Lopes Salgado Ribeiro (UNITAU)

Resumo: Disputas sobre o passado marcam a experiência dos dias atuais. Tal embate tem palco em pesquisas e nas salas de aula, que apontam conflitos e discussões sobre memória, lugares de memória e patrimônio como elementos que convergem para a construção de uma história do tempo presente, concepção historiográfica que resultou da ampliação do conceito de "tempo presente", não mais considerado como um simples período adicional mais próximo, mas como conceito que "remete em sua acepção extensiva ao que é do passado e nos é ainda contemporâneo, ou ainda, apresenta um sentido para nós do contemporâneo não contemporâneo" (DOSSE, 2011, p. 11). Diante disso, concebe-se a História ensinada como espaço de construção de um novo tempo histórico, baseado fundamentalmente em construções significativas do presente e não do passado, como se poderia esperar (PLÁ, 2009, p. 1). Frente a demandas do patrimônio e da memória estabelecidas pelo presente, muitos pesquisadores têm se preocupado em conhecer os sentidos e significados que os diferentes sujeitos que atuam no espaço escolar atribuem ao passado em suas vidas cotidianas, considerando a originalidade e a especificidade epistemológica do processo de produção dos saberes ensinados (MONTEIRO, 2015). Assim, nosso simpósio pretende receber pesquisas e relatos sobre experiências de professores, seus fazeres e saberes, e sobre estudantes e as perspectivas do ensino e da aprendizagem.


ST 18. Educação Étnico-racial e Histórias do Pós-Abolição: protagonismo negro na diáspora africana no centro da América do Sul

Lourival dos Santos (UFMS) e Manuela Areias (UEMS/Profhistória)

Resumo: Este simpósio tem o objetivo de oferecer um espaço de discussão de temáticas acerca dos significados da liberdade e da cidadania negra no Brasil e das práticas de educação para as relações étnico-raciais. Diversos personagens negros desenvolveram estratégias de reivindicação pelo fim da escravidão, de integração à sociedade e de ações contra as discriminações raciais experimentadas no pós-abolição. A crescente produção historiográfica sobre a escravidão e o pós-abolição, tem lançado novos olhares para os protagonismos da população negra na luta por direitos e sobre o que significa ensinar História a partir da temática da diversidade étnico-racial e cultural. Vinculado ao GT Nacional Emancipações e Pós-Abolição, da Associação Nacional de História (ANPUH), este simpósio temático propõe refletir sobre trajetórias de personagens negros e negras e seus protagonismos na luta por direitos, considerando as relações que esses estudos estabelecem com os campos das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Os novos paradigmas teórico-historiográficos, as reivindicações apresentadas pelo movimento negro e as atuais agendas políticas educacionais antirracistas, sobretudo após a publicação da lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira, provocaram uma ampliação da noção de diversidade e um adensamento das reflexões sobre o que significa ensinar História a partir da temática das relações étnico-raciais. Portanto, visa-se congregar trabalhos que versam sobre: trajetórias individuais e coletivas de personagens negros, direitos de cidadania dos libertos, relações raciais e lutas contra o racismo, memórias da escravidão, quilombos, identidades negras, festas e música negra, movimentos e trocas culturais, saberes e práticas no ensino de História e educação antirracista, entre outros temas afins.


ST 19 - Tecnologias Digitais e Ensino de História

Aline Vanessa Locastre (UEMS/ProfHistória) e Arnaldo Martin Szlachta Junior (UFPE/ProfHistória/PPHG)

A Cultura Digital vem transformando as nossas relações no mundo, fomentando a reconfiguração de ideias e ampliando o modo como nos informamos e comunicamos. Qualquer pessoa, desde que conectada, pode não apenas consumir, mas produzir conteúdos via tecnologias digitais. Tais ferramentas e práticas têm um impacto significativo na economia, política e na educação. A escola brasileira desta década, por mais que não possua uma ampla conexão à rede e a ferramentas acessíveis a todos os alunos, tem sido convidada a responder a tais demandas de modo efetivo. Das dez competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), quatro estão associadas, direta ou indiretamente a elementos que remetem à tecnologia ou ao digital no ambiente escolar. Buscamos, neste Simpósio Temático, debater pesquisas que pontuam as possibilidades curriculares que o uso das tecnologias digitais podem ter como aliadas para o professor/pesquisador de História, salientando uma sala de aula enquanto local de produção de conhecimentos históricos escolares, fomentadora de uma aprendizagem Histórica significativa para os educandos.


MINICURSOS


Minicurso 01. Diálogos entre feminismos afroamericanos e o ensino de história

Tânia Regina Zimmermann (UEMS)

Resumo: Neste minicurso objetivo dialogar sobre pensamentos atentos as diferentes agências e interseccionalidades de opressões vivenciadas por mulheres do sul, a partir de perspectivas de intelectuais como bell hooks, Ângela Davis, Lélia Gonzalez, Maria Lugones, Rita Segato, Audre Lorde e Ochy Curiel e suas contribuições com outro ensino de história. Nesse encontro de diversas autorias e pensamentos interpelados buscamos atravessamentos e convergências desses escritos apostando numa pedagogia histórica feminista com um sentido de justiça, com foco na criticidade, na dialogicidade, na solidariedade em comunidades emocionais num processo de ensinabilidades para mulheres, homens e os outros "defectivos". Hodiernamente imensas maiorias são ainda subrepresentadas nas pesquisas sobre e no ensino de história no contexto brasileiro. Essa representação polariza o debate entre a visibilidade pública e a privada como espaços com e sem história. Destarte, movimentos feministas ampliaram o debate e ao propor olhares interseccionais com novos sentidos formativos e pluralistas trazem uma contribuição impar para o ensino de história. Entre os conteúdos desta proposta elenco: Enegrecendo os feminismos; Instabilizando o pensamento canônico androcêntrico; Interseccionalidades na pesquisa e ensino de História; Por um pluralismo histórico no ensino de História.


Minicurso 02. História Política: debates teóricos e reflexões críticas

Giovana Eloá Mantovani Mulza (UEM)

Resumo: É inegável que estudiosos como René Rémond (2003), Jacques Julliard (1988) e Jean-François Sirinelli (1999; 2003) foram significativos para moldar a atual noção de História Política e rememorar suas distinções diante da banida História Política Tradicional. Afinal, relembraram a importância e a autonomia do poder nos meios institucionais e não-institucionais que formam a vida social, direcionando seus esforços para moldar uma Nova História Política condizente com o contexto pós1960 que exigiu a descentralização dos estudos políticos sob a figura do Estado. A recuperação da História Política do longevo ostracismo a que foi condenada torna-se ainda mais significativa para compreender o cenário político atual, no qual as relações de poder se mostram ainda mais aparentes ao observador disposto a estudar suas manifestações nas mais diversas interações humanas. A Nova História Política que nasceu por volta das décadas de 1960 e 1970 é uma chave de leitura para o mundo atual na medida em que permite contemplar não somente o poder estatal - algo deveras discutido no atual cenário governamental brasileiro e latino-americano -, mas também aquele que se manifesta através das novas interações humanas que são oriundas do recente mundo virtual. Nesse sentido, o presente Minicurso se propõe a realizar observações teóricas em torno das diversas facetas adquiridas pela História Política ao longo do tempo e refletir sobre as maneiras como o historiador do político insere-se no palco das múltiplas relações de poder. Trata-se, portanto, de um estudo da genealogia da História Política com ênfase nas mudanças teóricas do campo e seus significados para a construção do conhecimento histórico na atualidade.


Minicurso 03. Pedagogia das imagens: a arte e os multimeios como potencializadores do saber histórico

Daive Cristiano Lopes de Freitas (E.E. HÉLIO PALERMO PROF)

Resumo: O Minicurso tem como objetivo abordar as possibilidades para se trabalhar de forma articulada com recursos imagéticos e áudios-visuais através de softwares para a apresentação de aulas expositivas e suas influências nas práticas pedagógicas nas escolas de ensino fundamental, identificando permanências, rupturas e mudanças no cotidiano do aprendizado dos alunos e explorar o uso da linguagem visual ao lado da linguagem textual para enriquecer o saber histórico escolar. Busca igualmente explorar as práticas de ensino de História no ensino fundamental com o uso articulado de meios imagéticos e audiovisuais. A partir da proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais, (PCN), diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil, que, dentre outros objetivos previstos no ensino fundamental, propõe que os alunos sejam capazes de "saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos" é que este projeto se dirige. Em meio ao processo de democratização das informações no contexto da globalização urge pensar, em termos de educação, sobre as possibilidades de o professor fazer uso destas empregando-as na forma de conhecimento na sala de aula. Pensadores da educação vêm discutindo nos últimos anos nesse processo de inserção dos multimeios no processo de ensinoaprendizagem. A partir desta reflexão que este mini-curso parte das experiências e práticas em sala de aula sobre o uso articulado de fontes iconográficas fotográficas, artísticas e jornalísticas, obras plásticas, charges, mapas e outros; músicas e videoclipes e; produções cinematográficas com o objetivo de facilitar o aprendizado dos alunos com relação ao conteúdo, abrindo a possibilidade de compreender melhor através de seus discursos o conteúdo estudado não apenas de forma textual, mas imagética.


Minicurso 04. Colonialismo e Feminismo: questão de história

Paula Faustino Sampaio (UFR)

Resumo: Os colonialismos e as colonialidades violam sistematicamente povos e sujeitos(as/es) diferenciados. Considerando fundamental conhecer a situação colonial que vem criando hierarquias históricas entre povos e sujeitos, este minicurso propõe o estudo introdutório sobre a relação entre colonialismo e feminismo como uma questão a interrogar o fazer histórico quanto à atenção às violências sociais.


Minicurso 05. Noções Básicas de Paleografia: manuseio e leitura de manuscritos (século XIX)

Noemia Dayana de Oliveira (UFRGS)

Resumo: Este minicurso tem como objetivo oferecer noções básicas de paleografia para o tratamento histórico e historiográfico de textos manuscritos, especificamente, do século XIX. A nossa proposta visa, sobretudo, a interdisciplinaridade, uma vez que considera o universo da leitura em sua tripla dimensão, isto é, relacionando as condições técnicas, as formas e as práticas culturais que viabilizaram a criação desses manuscritos. Dito isto, discutiremos num primeiro momento a durabilidade e a conservação de documentos históricos, apresentando princípios de transcrição e digitalização. Concomitantemente, indicaremos as dependências - àquelas que inscrevem a produção textual nas suas condições de possibilidade e inteligibilidade - e as diferenças - àquelas atividades sociais que são produzidas cotidianamente e escapam as regras e/ou normas estabelecidas. Ao final, esperamos contribuir com a pesquisa em História, tornando possível o diálogo com outros campos do conhecimento e suas técnicas.


Minicurso 06. Usos do (auto)biográfico e educação antirracista

Andréa Camila de Faria Fernandes (NUBHES-UERJ)

Claudia Patrícia de Oliveira Costa (SEEDUC-RIO)

Resumo: Que vidas são narradas e como elas são narradas? Quem são os 'personagens' que são apresentados pelos livros didáticos e quem eles representam? Pensando a partir destas questões, a proposta do presente minicurso visa abordar os múltiplos usos das narrativas de vida para a pesquisa e o ensino de história, integrando abordagens que partem de um estudo conceitual das chamadas "grafias de vida" (biografias, autobiografias, cartas, diários, entrevistas) para, a partir daí, pensar possibilidades e abordagens para a construção do saber histórico. Essas mais diversas formas de narrativas do eu tem despertado um crescente interesse para a pesquisa histórica, em especial a partir das questões lançadas pela chamada "guinada subjetiva", que alçou novamente os sujeitos individuais no centro dos interesses das pesquisas em ciências humanas. Mas esse novo olhar sobre o sujeito individual, sua vida e suas produções não está mais marcado pela preponderância do estudo dos "grandes homens", mas sim pelo interesse pelo homem comum, pelo não extraordinário que constrói a história. Philippe Levillain (2003), por exemplo, ao tratar da reabilitação da escrita biográfica na França, afirmava que "A biografia é o lugar por excelência da pintura da condição humana em sua diversidade". Dessa forma, o presente minicurso tem apresenta a perspectiva (auto)biográfica como chave interpretativa e aposta política fulcral para a reflexão sobre as histórias de vidas de homens e mulheres comuns, tornando "(...) passíveis de escuta vozes e falas silenciadas (...)" (GONÇALVES, 2020, p. 65); ou ainda, trazer à cena histórica aqueles e aquelas cujas existências foram apagadas e/ou silenciadas de certos currículos (SANTOMÉ, 2017), práticas docentes e formas/perspectivas específicas - que se querem universais - de se perceber, narrar e escrever a história (PERROT, 2017; DEL PRIORE, 2001; XAVIER, 2019). Tal perspectiva adquire particular relevância quando pensamos que, nos últimos 20 anos, o tema das relações étnico-raciais e do racismo no Brasil ganhou força não somente nos currículos/espaços escolares (MUNANGA, 2008; PEREIRA, 2014; GRINBERG, ABREU & MATOS, 2019), mas também em outros espaços, como na mídia digital por exemplo (XAVIER, 2019; LEÃO, 2017), a partir de lutas históricas empreendidas por diversos movimentos sociais, como a exemplo do(s) movimento(s) negro(s) brasileiro (GOMES, 2017; SILVA, 2013). No entanto, tal temática permanece ainda como um grande desafio no processo de formação e atuação docente. Assim, este minicurso se propõe a discutir o potencial dos usos do biográfico para o ensino e aprendizagem, com destaque para o ensino da história da África e afro-diaspórica. Para efeitos didáticos, em consonância à grade de programação do evento, propomos a seguinte divisão: 1º dia (8h às 12h) - "Grafias de vida": análise do conceito e de seus usos na história. A influência do "giro linguístico" e da "guinada subjetiva" na história: usos do biográfico 2º dia (8h às 12h ) - Biografia e memória na sala de aula: contribuições para o ensino de história da África e afro-diaspórica. Sugestões de atividades práticas.


Orientações para propostas de: 
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS 

1. Apenas filiados/as à Associação Nacional de História, quites com a anuidade de 2022, poderão enviar propostas de simpósios temáticos.

2. Cada simpósio poderá ter, no máximo, três proponentes.

3. Pelo menos um/uma dos/as proponentes deverá ter o título de doutor/a; neste caso, o/a outro/a proponente deverá ter pelo menos o título de mestre.

4. Cada proponente poderá estar presente em apenas uma proposta.

5. As propostas de simpósio temático deverão ser submetidas no formulário de inscrição que consta no site do evento.

6. Período de envio de propostas: 04 de abril a 06 de junho de 2022.

7. Os simpósios temáticos aprovados somente ocorrerão se receberem pelo menos 5 (cinco) comunicações.

8. O número máximo de trabalhos por ST será de 24 (vinte e quatro).

9. A proposta deve conter: Titulo, autoria, titulação, vinculo institucional, resumo e referências bibliográficas.

MINICURSOS 

1.Apenas filiados/as à Associação Nacional de História, quites com a anuidade de 2022, poderão enviar propostas de minicursos.

2. A proposta de submissão deve envolver ATÉ 2 (dois/duas) ministrantes, com titulação mínima de mestre, sendo pelo menos um/uma seja em História.

3. O planejamento dos minicursos deve respeitar a carga horária de 4horas (caso seja em dois dias, carga horária de 8 horas)

4. Um mesmo proponente poderá oferecer até duas propostas de minicursos diferentes (com carga horário de 4 horas cada). Esta informação deve constar no ato da inscrição.

5. Os proponentes, devem ser, preferencialmente, mas não obrigatoriamente, vinculados aos programas de pós-graduação, professores universitários e da rede estadual de ensino.

6. Os minicursos ocorrerão no período matutino (8h às 12h, horário de Brasília), portanto, essa informação deverá constar na proposta.

7. A proposta deve conter: Título, autoria, titulação, vínculo institucional, ementa, justificativa, conteúdo programático, recurso e bibliografia.

8. Período de envio de propostas: 04 de abril a 06 de junho de 2022.

9. As propostas de minicursos deverão ser submetidas no formulário de inscrição que consta no site do evento.

10. As inscrições para participação nos minicursos aprovados devem ser feitas a partir de 20 de junho de 2022.

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